domingo, 9 de dezembro de 2007

Independência para o cinema, oportunidades para o Brasil

A produção independente no cinema ganha cada vez mais espaço na medida em que novas mostras e eventos surgem. O próprio cinema, por sua vez, conta com pessoas que se empenham em fazer transparecer – por intermédio das telas – realidades que se ocultam nas mais diversas formas. Dessa maneira, as expressões artísticas finalmente ganham seu merecido reconhecimento.


Segundo a estudante de jornalismo e cinéfila Suelen Almeida, 19, as mostras internacionais crescem também por conta do esforço dos estudantes e atuantes da área. “Atualmente, essas pessoas procuram criar roteiros e participar de diversos eventos, workshops e encontros; eles correm atrás do trabalho e ainda arranjam tempo para montar oficinas de produção e roteiro para quem curte cinema, mas não têm oportunidade de estudar. Isso acaba incentivando uma produção independente ainda maior”, afirma.
Assim, todos ganham em interação: a atriz, autora, diretora e estudante do quinto semestre de cinema da Universidade Anhembi Morumbi, Gisela Arantes, ilustra bem o cenário. Ela participou, em agosto deste ano, do Festival de Gramado, com o curta Cézar, o imperador urbano. O filme retrata a vida dos moradores de rua, e, mais que isso, é um encontro entre dois mundos diferentes: o de uma estudante e um desabrigado. Arantes conta que o personagem principal é, inclusive, interpretado por quem representa essa classe. “Na verdade, a história é um pouco autobiográfica. Eu conheci o Airton – que interpreta o Cézar – quando estudava no cursinho e me preparava para entrar na Faculdade de Cinema. Dois anos depois, reencontrei e o convidei para participar do filme. Além do Airton, dirigi outros não-atores, como o meu professor de história. Particularmente, gosto dessa união de atores e não-atores”.
Gisela colabora, ainda, em outras áreas sociais: “Escrevi, dirigi e coordeno um projeto de educação ambiental itinerante, o Planeta Água Mata Atlântica. Ele possui um espetáculo de teatro e já beneficiou mais de 100.000 crianças gratuitamente. É o quarto ano que o realizo pelo Brasil”.
O trabalho dos atuantes em cinema se transforma em produção de qualidade, o que gera eventos, novos contatos, novas idéias, lucros financeiros (alguns festivais, como o de Gramado, trazem inúmeros turistas, o que, conseqüentemente, faz a economia do país deslanchar) e a sociedade ainda ganha um presente: esses produtores e diretores valorizam a arte, mas, com todas as dificuldades, não se esquecem das necessidades sociais.



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